terça-feira, outubro 13, 2009

Nas asas (de um tempo...)

Comando televisivo na mão,
Um sorriso meio perdido,
Um coração meio esquecido,
Um esgar de comoção.

Um ar contempletativo,
Uma tranquilidade inquietante...
Uma recordação distante
Num caminho definitivo.

Uma felicidade diferente,
Uma calma enganadora,
Uma imagem tentadora,
A incerteza pela frente.

É caminhar.
É lutar.
É chorar.
É desesperar...

É ter tudo para ser feliz...
E viver sempre insatisfeito,
Num quadro meio desfeito
De quem ainda é aprendiz...

Mas que nas asas do tempo, impiedoso,
Apenas voa para um fim...


...Glorioso?

3 comentários:

Chas. disse...

Tempo... de um tempo que se chama Vida.

R.B. NorTør disse...

Eis que começam a surgir obras, tinha pensado que o pessoal tinha metido férias e eu cheio de material saído aqui do frio! =P

Quanto ao poema em causa, gosto de uma vertente mais terra-a-terra que o autor tem colocado nas suas obras recentes, fazendo um uso poético de objectos convencionais, por oposição a sentimentos mais meta-físicos.

:0)

João disse...

Nada é mais ironicamente humano que passarmos a vida toda procurando a felicidade, e quando a atingimos, não lhe sabemos dar valor, ou pior, reconhecer. A natureza humana é mesmo a da insatisfação (quase) permanente...