sexta-feira, maio 22, 2009

Tempestade

Já a vejo lá ao fundo
Com o seu ar pesado carregado
Em tons negros contra os raios brilhantes
Avança empurrada na minha direcção.

Já o oiço,
Sopro invisível
Arauto da violência
Ventos gélidos e sibilantes
Nas copas distantes silvando

Eis que chega agora
Descarrega em mim a sua força
Aceito-a!
Recebo de face erguida o golpe
Das grossas gotas de água que me banham a face
Sou empurrado pelos violentos ventos que me movem
E em tudo vejo e sinto e oiço
O doce travo da passagem do Cabo...

2 comentários:

alphatocopherol disse...

Texto bem ilustrado, com uma noção de som e movimento bem conseguidos! Gostei

João disse...

Mais um texto deste autor com toques "náuticos"... e a passar, como foi dito no comment anterior, as ideias de som e movimento. Não é fácil transmitir por palavras estas sensações!