Na cave desse prédio mora um horroroso animal
Desprovido de regras, de costumes e qualquer tipo de moral.
Vive de alimentar essa sua fome natural
De tudo um pouco o que os de cima vêem como Mal...
Não vive feliz esse animal.
Vive enraivecido e embrutecido
Nú de sentimentos, incapaz de sentir
Preso e agaiolado, sem vontade de fugir!
Como chegou tão fundo?
Foi um dia em que um homem belo e elegante,
Que passeava pelas ruas, admirava as cores
Alegrava-se com os ruídos, cumprimentava as pessoas...
As pessoas, a sua queda!
Agradava a todas sem exepção
Até aquelas que nada lhe eram.
Procurava viver, numa semana, tudo o que a vida lhe oferecia
Não durou pessoa mais de um dia!
Vencido pelos prazeres da carne à segunda-feira,
Entregou-se ali logo a uma rameira de fina-flor
Que o mergulhou com cigarros num torpor inebriante
Com o qual contagia quem na sua cave entra!
Na cave do meu prédio mora um animal.
Ser estranho e perverso, que me torna aos outros adverso,
Que me arrasta para baixo, me devora,
Sentimentos néscios traz cá para fora...
Viu no outro dia, pela janela, uma criança.
Espantou-se com o seu ar de abelha mansa,
Gatinhou até às grades da janela e apreciou
O seu andar; com atenção olhou a sua figura
E uma pata lançou pela ranhura das grades
Querendo nela enfiar as suas garras aguçadas.
Sabe bem como fala a criatura
Que nessa cave se deita na pedra dura
Sorvendo ervas que vieram da lonjura do mar
E que suaves perfumes deitam no ar.
À medida que se sopram, puf... puf...
Adormecendo-me os sentidos, ficando mais e mais perdido
Quanto mais me acho e encontro.
Puf... Puf...
Lembro a criança... Cintura fininha e peitos já salientes
Nos meus membros sinto já formigueiros
E meus pensamentos esvoaçam para dias mais quentes
De areias tórridas, onde leis do Homens
Não amarram animais em caves frias.
quarta-feira, maio 27, 2009
Liberdade
Convidei para jantar certo dia a liberdade.
É moça de idade avançada...
Veste colarinhos e mangas compridas e para o repasto
impôs, pasme-se então, que a certos regras me prestasse!
Não queria vir de dia, noite cerrada tinha de ser,
Porque o véu escuro da lua nova
Esconde de seus olhos as vergonhas
Que em seu nome os Homens se fazem sofrer.
É moça de idade avançada...
Veste colarinhos e mangas compridas e para o repasto
impôs, pasme-se então, que a certos regras me prestasse!
Não queria vir de dia, noite cerrada tinha de ser,
Porque o véu escuro da lua nova
Esconde de seus olhos as vergonhas
Que em seu nome os Homens se fazem sofrer.
sábado, maio 23, 2009
Quando quiz a tua carne,
Negaste-ma!
Persegui-te por ruas e vielas
E fugias-me!
Correndo como louca, possuída
Pelo pânico da presa perseguida,
Fugindo de um predador ávido,
Sedento e esfomeado.
Sabias que te alcançaria.
Sabia-lo e mesmo assim fugias
Tentando tornar a noite que se avizinhava
Em radioso e caloroso dia!
É escura no entanto essa rua,
Onde a fria e pálida lua de Inverno
brilha, iluminando as ásperas mãos minhass
Que a tua existência tornarão Inferno...
Pelo menos nos próximos instantes!
Negaste-ma!
Persegui-te por ruas e vielas
E fugias-me!
Correndo como louca, possuída
Pelo pânico da presa perseguida,
Fugindo de um predador ávido,
Sedento e esfomeado.
Sabias que te alcançaria.
Sabia-lo e mesmo assim fugias
Tentando tornar a noite que se avizinhava
Em radioso e caloroso dia!
É escura no entanto essa rua,
Onde a fria e pálida lua de Inverno
brilha, iluminando as ásperas mãos minhass
Que a tua existência tornarão Inferno...
Pelo menos nos próximos instantes!
sexta-feira, maio 22, 2009
Tempestade
Já a vejo lá ao fundo
Com o seu ar pesado carregado
Em tons negros contra os raios brilhantes
Avança empurrada na minha direcção.
Já o oiço,
Sopro invisível
Arauto da violência
Ventos gélidos e sibilantes
Nas copas distantes silvando
Eis que chega agora
Descarrega em mim a sua força
Aceito-a!
Recebo de face erguida o golpe
Das grossas gotas de água que me banham a face
Sou empurrado pelos violentos ventos que me movem
E em tudo vejo e sinto e oiço
O doce travo da passagem do Cabo...
Com o seu ar pesado carregado
Em tons negros contra os raios brilhantes
Avança empurrada na minha direcção.
Já o oiço,
Sopro invisível
Arauto da violência
Ventos gélidos e sibilantes
Nas copas distantes silvando
Eis que chega agora
Descarrega em mim a sua força
Aceito-a!
Recebo de face erguida o golpe
Das grossas gotas de água que me banham a face
Sou empurrado pelos violentos ventos que me movem
E em tudo vejo e sinto e oiço
O doce travo da passagem do Cabo...
Subscrever:
Mensagens (Atom)