sexta-feira, abril 19, 2013

Estações

As nuvens carregadas alimentam o cinzento húmido do Outono. Ele é drástico, ventoso e imprevisível. Apelar às emoções é um risco dada a sua insegurança. As marcas na natureza são testemunho do seu temperamento.

O luar da noite ilumina a escuridão fria do Inverno. Ele é silencioso, sombrio e frio. Testemunha a frieza dos momentos negativos e não deixa saudade. Toda a natureza se retrai à sua imensa força destrutiva.

O sol reactiva o brilho nas flores da Primavera. Ela é bonita, verdadeira e colorida. Num crescente de emoções faz fervilhar a paixão pela essência da vida. O amor aquece de cor todas as obras da natureza.

O calor ilumina as gotas quentes do Verão. Ele é optimista, luminoso e denso. A energia transpira de emoção todo o seu esplendor e vitalidade. A natureza não fraqueja aos ventos quentes da sua inquietude.



segunda-feira, abril 15, 2013

Lisboa, Três da Tarde...

 A história começou... São três da tarde!

O sol alto começa a baixa, as sombras a alongarem-se para oriente e as formigas incansáveis começam a acusar as temperaturas, as suas mentes a escorregarem para cervejas e ginjinhas e pães embebidos em gordura envolvendo carnes tenras e pedras de calçada que não são já do alvo calcário mas amareladas como as lâmpadas dos lampiões. E ainda falta tanto tempo...

São três da tarde e na sua cara de quem só agora esqueceu o almoço farto de uma sandes trazida de casa, instala-se esse fugaz movimento dos olhos para o relógio, a contar as horas, os minutos, todos os instantes que ainda faltam para sair desse centro de atendimento onde, por mais um mês ou dois, conseguirá tirar a renda. Depois? Quem sabe o que virá depois? Outro centro, mais um mês ou dois? E nova chamada. O nome. Em que posso ajudá-lo? Pois sim... Pois... Infelizmente não o posso ajudar, mas vou passá-lo para a assistência técnica. Pois, também lamento. Vai tu!

São três da tarde, mas podiam ser três da manhã, não fosse às três da manhã não haver turnos. Três da tarde, onze da manhã, em passando a hora de ponta é tudo o mesmo! Para trás, para a frente, para trás, para a frente, só oito voltas para trás, oito para a frente, pouco mais de uma hora para o final deste dia, ou noite? Uma vida sem luz do sol, só a espaços as lâmpadas fluorescentes e o brilho do relógio que dita as horas por que se rege o dia. Todos os dias, exepto Domingo. Quando não calha...

Três da tarde, toque de saída, resto da tarde livre. "Lu, queres vir ao Budapeste?"

sexta-feira, abril 12, 2013

Imperfeições do coração

No azul do dia a saudade do batimento
 Dão mote às fraquezas da saudade.
 Medo e tristeza dominam o momento
 Alimentando e corroendo a ansiedade.

terça-feira, abril 09, 2013

Amar… para sempre!


São oito da manhã… a voz do despertador revela uma vontade louca para te beijar.

Sinto o calor e a respiração no teu corpo, numa batalha longa para despertar.

Transcrevo alguns carinhos, desenhando no teu rosto palavras eternas de amor,

Sinto nos teu lábios um desejo imenso, mas secreto, de brotares como uma flor.

São oito e meia da manhã e a luz do teu olhar iluminam as sílabas para te amar… para sempre.