(Ainda pensei que porreiro para ele fosse na onda de com quem me viu quando cheguei à pensão. Quase que ficou ofendido quando o sugeri…)
mas a verdade é que não vejo nada. As portas são fechadas, os bares, se existem, são caves com janelas minúsculas e ninguém passeia nas ruas. Caminho um pouco mais até que vejo um ajuntamento. Gente bem vestida, bem disposta, conversa calorosa. Não é um bar de vinhos, mas é um bar. Entro e sento-me ao balcão. Peço uma cerveja e recebo um copo de meio litro cheio de uma cerveja fraquinha, mal gaseificada, mas fresca. Perco-me nos pensamentos
(Na realidade não são pensamentos, são caras e com cada cara um pensamento de me aproximar, como o fazer, o que dizer, qual as respostas que vou ter. Todos estes pensamentos acabando nessa fatal e grande conclusão de que já estou demasiado enferrujado neste jogo.)
e nem me apercebo que um grupo se sentou ao meu lado e me tem estado a empurrar discretamente. Começo a ficar um pouco enervado até que uma rapariga, totalmente deslocada desta cidade, se mete comigo. A princípio não me apercebo, mas quando a vejo a olhar para mim, com duas cervejas na mão, acordo para a realidade.
“Estás com ar de quem bebia outra!” diz-me num inglês com sotaque de estrangeira. Como se não chegasse a baixa estatura e o cabelo preto para o denunciarem. E os olhos! Meu Deus os olhos! Nunca houve poeta que cantasse olhos escuros,
(Não castanhos escuros, pretos como carvão. Um antracite tão escuro e tão profundo que nos podíamos afogar lá dentro, mas que de certos ângulos ganhavam um brilho luminoso.)
e isso é porque nunca conheceram estes! Eu vejo-lhe a boca a mexer, oiço ruídos mas estou completamente absorvido pelos olhos. Nem o generoso decote
(que deixa antever umas gémeas 36. Não é imenso eu sei, mas prefiro elegância na escultura, a excessivo volume.)
me faz desviar o olhar. “O meu nome é Rapariga e o teu?” e respondo-lhe com o meu nome e cruzando a óbvia entoação das letras e a pronúncia com que os dizemos, concluímos ser conterrâneos.
“Estás com ar de quem bebia outra!” diz-me num inglês com sotaque de estrangeira. Como se não chegasse a baixa estatura e o cabelo preto para o denunciarem. E os olhos! Meu Deus os olhos! Nunca houve poeta que cantasse olhos escuros,
(Não castanhos escuros, pretos como carvão. Um antracite tão escuro e tão profundo que nos podíamos afogar lá dentro, mas que de certos ângulos ganhavam um brilho luminoso.)
e isso é porque nunca conheceram estes! Eu vejo-lhe a boca a mexer, oiço ruídos mas estou completamente absorvido pelos olhos. Nem o generoso decote
(que deixa antever umas gémeas 36. Não é imenso eu sei, mas prefiro elegância na escultura, a excessivo volume.)
me faz desviar o olhar. “O meu nome é Rapariga e o teu?” e respondo-lhe com o meu nome e cruzando a óbvia entoação das letras e a pronúncia com que os dizemos, concluímos ser conterrâneos.
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