Não caias a caminho de casa
Deixa-te embalar pelo suave ondular
Dum autocarro cheio de gente
De cheiros
De histórias para contar
Segura-te ao varão com a mão
A mão de produção
Cansada de produzir
Conta-me esta noite as histórias do teu dia
Embala-me no berço em que durmo quando chegas
E não te esqueças de mim amanhã
Quando antes do sol saíres e te despedires de mim
A caminho do autocarro onde te vais segurar ao varão
Com a mão da produção cansada
Da produção que me tira de ti
Que te tira de mim
Que me deixa sozinho em casa e na rua
A crescer sozinho
A comer sozinho
A aprender sozinho
A chorar sozinho
Segura-me a mão no teu leito de morte
Tenho uma hora contigo antes de sair
Entrar no autocarro e sozinho
Segurar-me ao varão com a minha mão produtora
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