sábado, outubro 16, 2004

Posso sentir o vento que sopra lá fora
As árvores estremecem
Amarguradas,
Presas na imobilidade
Eu também estremeço,
E a prisão em que me encerras
Pior que uma raiz presa no solo
Leva-me a vida e a alma

Posso sentir o frio que esta noite de Inverno traz
Um frio cortante
Uma lâmina, uma navalha
Que marca os seres
Com traços sanguinolentos
E assim, sou eu
Marcado, traçado
Pelas tuas mãos

E no escuro,
Choro e sussurro sozinho
Pois as dores que me infliges
E o cárcere em que me fechas
Não são mais que belas quimeras
Ao imaginar que te perdes
Um dia
Para mim...

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