terça-feira, fevereiro 26, 2008

O contrário de mim não existe

há todo um fogo imenso dentro do trovão,
um coração escondido nestas noites que inundam a pele,
sem grito,
a morrer de ti

só luz nacarada
nas ruas desertas do meu rosto,
na pressa dos dedos.

é impossível não tentar dizer-te
tenho medo
medo que me persigas a vida inteira
na tela do teu colo

o corpo à escuta como algo eterno
numa rotina sem remédio

é o passo em falta que demora a tua fuga,
o traçado dos poemas
a tomarem forma
sem bojo

os dias não avançam,
sangram
só doem

Vanessa Pelerigo

3 comentários:

Chas. disse...

Mais uma bela contribuição... :)

alphatocopherol disse...

Mais uma vez, uma excelente contribuição! VEnham mais!

Captain Dildough disse...

Como sempre, belo!