domingo, dezembro 07, 2003

Cabroac 2 (a nova civilização)

Caminho em direcção á pequena civilização... Prédios em crescimento, a uma velocidade surpreendente. Diria que isto não é obra dos Cabroacs... eles sempre se preocuparam mais em destruir, nunca tiveram grande jeito para civilizar. Se bem que os seus truques e manhas são por demais conhecidos neste espaço intergaláctico.
Avisto os primeiros seres deste planeta desconhecido, ao qual misteriosamente vim parar. Não são Cabroacs, não têm o símbolo deles marcado na testa. Vou ao encontro de um deles, tento saudá-los mas eles parecem não me ligar, com os olhos esbugalhados, absortos...
Trabalham a um ritmo impressionante com movimentos rápidos e decididos. Tento-me desmultiplicar numa diversidade impressionante de línguas, procurando captar-lhes a atenção; gesticulo, danço, rodopio, grito desesperado, ninguém me ouve... será que vim parar a um planeta de surdos? Reparo agora noutro pormenor... Estes seres são todos iguais, apresentam o mesmo rosto, o mesmo ar sombrio... não sei se doce, se maquiavélico...
De repente os trabalhadores param. Voltam-se todos para o mesmo lado, fazendo um gesto de continência, que só havia visto em Cabroac.
Ao fundo um ser aproxima-se. Enverga uma espécie de manto real... ao lado dois guardas prestam escolta; sobressaltado recuo dois passos... os três apresentam o C na testa: são Cabroacs!
Estacam os três diante de mim, olhando-me... o Cabroac com o manto parece ter um ar totalmente inofensivo, absorto, incompreensível... o meu espírito fica cem por cento alerta, sinto-me novamente na boca do lobo...
O olhar do líder torna-se mais penetrante, quase tirando-me as forças... e numa voz quase imperceptível, sussurra-me:
Oi...

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