domingo, dezembro 07, 2003

Porque me tratas assim?

Porque é que me tratas assim?
Porque pareces tão cruel?
Porque me dás desta forma o fel,
Em vez de me libertares da prisão de mim?

Onde foi todo o teu atrevimento?
Onde foste buscar tu esse medo?
Porque trocas todos os dias o enredo?
Porque me enganas neste sentimento?

E se por instantes me tentas orientar,
Deixo este fraco corpo mortal,
E voo para ti de forma tal
Que quase te consigo alcançar...

Mas fico só a pairar...
Estou proibido de te tocar...

O rio vai pela rua a correr;
Sem destino, sem vontade...
Também eu me deixo levar
Sem saber se devo procurar,
Sem saber o que posso ser.
Sozinho... nesta cidade...

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