Amar nunca é receber.
É sempre dar... mais, mais e mais.
Adictivamente.
O amor é o heraldo obcessivo do altruismo... suscite reacção ou não, indiferente à natureza da mesma: é assim e assim continurá a ser, alheio a tudo e todos.
Pouco lhe interessa danos colaterais, quem ganha, quem perde... tudo são redundâncias. É escuma sobre uma obra de arte acabada de esculpir. E cuja limpeza nos é delegada e não a essa estupida ilusão que é o passar dos dias, que só os parvos e pobres de espírito comem como solução. Porque o amar não é quantificavel, à semelhança de todas as outras coisas belas.
E a razão pela qual te sentes tão dilacerada por dares à luz o sublime dos sublimes reside na lucidez da nossa alma... não és tu que transportas a cruz sorrindo em nome do amar supremo. Nenhuma alma humana o fez até hoje, exceptuando uma. Só essa alma entendeu na prefeição o quão falsa e aparente é a crueldade que muitas vezes atribuem ao amor.
Porque se é verdade que o teu amor não te pertence a partir do momento que o liberas, és tu mesma que sentes o impulso suicida de o sobrealimentar e de acartar toda e qualquer consequência de algo que já não controlas (e parece controlar-te ao invés).
Por isso não cometas a estupidez de guardar o amor para o teu eu. Limpa a escuma, ou retoca a escultura... e continua a dar. Porque apesar do amor ser enorme demais para te pertencer a ti ou a alguém, a obra resultante é sempre tua. E é sempre bela como as mais belas... mesmo quando ainda se encontra coberta de detritos que, ao remover, magoam o coração e não as mãos.
Porque o amor resume-se a isso: dar. E ninguém pode roubar algo que dás.
Em contraponto só pode ter uma resposta válida: amar também.
E amar nunca é receber.
É sempre dar... mais, mais e mais.
O teu amar não é dos outros, nem sequer teu ... é A SUPREMA obra de arte.
E essa obra de arte és tu.
P.S. : Palavras são palavras e parecem sempre pouco... bazófia aparte, aconselho que te lembres das ideias base deste texto nos próximos tempos. Pode ser que te ajudem.
1 comentário:
:)
Gostei do teu texto. Amar é, de facto, dar e também é um acto egoísta.
O amor ou o acto de (d)escrever o amor precede o autor. O texto é que nos escreve. Fala por nós. Como uma penitência ou revelação.
Resta-me continuar a sentir.
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