O rebuliço que vai na minha cabeça
Contrasta com a calma em redor
Sentado, jornal dobrado na mesa
Copo de cerveja, apático, na mão
Os olhos a sondar o ambiente
E a mente, fora do corpo a vaguear.
Há um espaço oco cá dentro.
Havia antes de deixar o meu corpo
E tão cedo não se enche.
Por vezes, o ar fresco da tarde,
Traz um sorriso
Mas o dia-a-dia apressado
Traz as rugas
E leva-me para longe do Paraíso.
Não digo que seja infeliz,
Não digo que seja feliz,
Podia dizer que nada digo
Mas quando passo os dias
Há muito que me digo e não digo.
Não sou desprovido de conteúdo
Mas sinto-me vazio
Falta-me realização, sentir que escolho
O caminho que tomo para casa.
Segue em frente, vira à direita,
Segunda à esquerda, logo à frente.
Segue em frente, vira à direita,
Segunda à esquerda, logo à frente.
Segue em frente, vira à direita,
Segunda à esquerda, logo à frente.
E no dia em que entro pela porta das traseiras,
Por andei, estavam preocupados
Sem espaço para respirar, para me atrasar,
Para mudar, para ser, para alterar,
Para começar a andar e me perder!
1 comentário:
Complexo, mas bem trabalhado! Mais uma boa obra :)
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