quarta-feira, agosto 13, 2014

Aranha

Apressa-se numa refeição estonteante
numa vereda amarfanhada
eléctrica e mortífera;
vibram-lhe os tentáculos musculados
para se extasiar cegamente.
Devora a vítima nos imensos cantos do enigma,
numa ressequida viagem paupérrima,
aglutina, revertendo-se simulada.
Vertiginoso e efémero momento...
são escassos segundos no compasso cru,
como um bisturi...golpeia com precisão,
a pele nua e sonâmbula.
Tombam as vítimas inertes na calçada,
apenas existem as luzes toscas,
dos imensos e solitários candeeiros de ferro;
escurecem os gritos roucos
entre os espaços negros de sangue,
que restam dos poucos minutos de vida...

Artur Patrício

2 comentários:

Unknown disse...

ahhh...the dark side! Andamos todos meio darksided esta semana :)

A leitura torna-se tão hipnótica que nos sentimos enrolados na sua teia.

Mega!

Chas. disse...

brutal!