sexta-feira, setembro 19, 2003

PODER

E pudesse a poesia pintar o real,
Em cores irreais e de formas iguais.
Pudesse a poesia ainda ver o dia
Em que tudo diria e ninguém o sabia.
E pudesse ela falar de tudo o que eu via,
E só eu, só eu o saberia!
Pudesse a poesia, quem sabe... falar
Para mil e uma coisas nos poder contar.
Pudesseeu esboçar, nas linhas de um poema,
Rimas soltas de uma alma cega.
E quisesse eu um dia olhar para a poesia
Sem ver nela um traço de melancolia.

Mudem-se então as formas,
Acabem-se as regras,
Abaixo as cores,
Calem-se os doutores,
Troquemos o mundo, bem de alto a fundo,
Façamos clamores, aos dias vindouros.
Pintemos alegria e cores vivas
Onde há silêncio e decadência
Disfarcemos as olheiras, com rodelas de pepino
Porque qualquer dia quem taveira
Deixará de ser menino.

15/Jan/2002

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