segunda-feira, janeiro 05, 2004

Cabroac 4 (epílogo)

...Não sei me salvar, não sei me salvar, não sei me salvar... O som perde-se, o cenário desfaz-se novamente e por fim acordo sobressaltado... uma sensação de desconforto percorre-me o corpo, cobrindo-me de suores frios.
Olho para o tecto branco... a luz que me surgia do sonho é apenas a luz do sol que brilha agora destorcida pela vidraça. A memória do sonho é agora miragem ao acordar, a cabeça rodopia, na boca o trago amargo do veneno mortal. Do alucínio apenas a mão que me prende ao abismo reflectido do meu rosto... metade intocável... metade Cabroac.
A lágrima torna-se incontrolável escorrendo pela cara abaixo, no sufoco do amanhecer.
Ao fundo apenas a recordação do meu grito de falso guerreiro. Transformado numa voz que se insurge e numa linguagem nova grita apenas, desta vez unicamente para mim: RESISTE!

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