domingo, julho 25, 2004

Estranha noite... (FIM)

Ficou pensativo, ao mesmo tempo que estava com curiosidade uma sensação de medo tomou conta dele, os pêlos dos braços ergueram-se perpendicularmente à pele, o coração começou a bater mais depressa e as pupilas dilataram. Ficou parado por uns instantes como se toda a sua energia tivesse sido deslocada para a periferia do seu corpo, por uns momentos o seu corpo reluziu como um raio e desapareceu...

Deu por si dentro da mansão, não tinha percebido como tinha entrado mas o medo tinha dado lugar a uma sensação de paz interior.
Estava na entrada da mansão, a entrada era enorme, o chão de mármore brilhante reflectia as pinturas do tecto, as paredes eram igualmente de pedra cinzenta e robusta, ao centro havia uma escadaria de pedra, largas e em curva. De cada lado da entrada havia um corredor comprido que era iluminado por uma janela ao fundo.

Por uns instantes sentiu-se perdido, mas uma voz dentro da sua cabeça disse para subir as escadas e ele subiu. Já no 1º andar foi dar a um corredor igualmente comprido e iluminado por uma janela ao fundo e com várias portas, ele contou sete. A voz continuava a indicar-lhe o caminho e ele continou acabando por entrar na sétima porta. Abriu a porta mas lá dentro não havia janelas e não via nada, apenas via aquilo que a luz do corredor permitia, o chão era de madeira negra. Entrou à mesma e fechou a porta, a voz tinha-lhe dito que quando fechasse a porta tudo se iluminaria, e assim foi. Na sala não havia um único objecto e esta não parecia ter fim, a porta tinha desaparecio, no horizonte via uma cor cinzenta e um tecto cinzento, ambos com a sensação de infinito, o chão tinha dado origem a um tapete azul que se estendia pelo horizonte da sua visão. Por uns momentos sentiu-se perdido, mas a voz falou-lhe de novo, e disse para ele fechar os olhos e guiar-se pelo seu novo sexto sentido. A voz era suave como uma criança, meiga como uma mulher, mas ao mesmo tempo tranquilizadora uma mãe. Ele não sabia qual era o seu novo sentido mas fez o que a voz lhe tinha pedido, e começou a andar arbitrariamente, sentia-se bem com o que ouvia. Continuou a andar e a andar por umas boas horas, até que a voz manda-o parar, e ele pára, nesse momento começou a sentir uma brisa e começa a ouvir relampejar, abriu os olhos e nisto deu conta que já era de noite e estava num penedo com vista para a cidade, e tinha uma criança a segurar a sua mão direita. Ao contrário do que tinha começado a acontecer ele via a criança, uma sensação estranha impediu-o de olhar para seu rosto e continuou a observar arrepiado para a trovoada. A voz falou de novo enquanto começava a cair granizo, por momentos ele sentiu que aquilo fosse um dejá-vu, mas a voz cautelosamente disse-lhe que aquilo que estava a ver era o amanhã... e a criança desapareceu...
Ao levantar-se dá conta que estava noutra dimensão, já não sabia que dia era qual, nem o que tinha que fazer, chamou o empregado e perguntou-lhe:
- Bom dia... Qual foi o último dia em que trovejou?
Ao que ele respondeu admirado:
- Bom Dia Srº Melt. Não me recordo muito bem mas tenho ideia que este ano ainda não trovejou...
Ele agradeceu e mandou-o retirar... Já não via esqueletos!
Nesse momento resolveu telefonar para a protecção civil alarmar que poderia acontecer uma catástrofe nessa noite, eles riram-se, dizendo que não havia dados ciêntificos que apontassem para esse facto.
E nessa noite o pior aconteceu...

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