quarta-feira, julho 21, 2004

Estranha Noite... (parte2)

Tanto procurou que descobriu uma criança, a criança estava sentada no degrau de uma igreja, ela olhou para cima, na direcção da alma prateada e sorriu, e nisto a sombra caiu, como se ficasse sem asas. O vulto prateado levantou-se e procurou a criança mas ela tinha desaparecido... Com tudo isto Melt acordou, sentia-se pesado, não se recordava de nada do que tinha passado durante a noite. Tomou o pequeno almoço e romou em direcção ao trabalho, de carro conduzido pelo motorista... Ele era patrão de uma firma de robótica, o seu escritório estava situado no prédio mais alto da cidade, e tinha vista para toda ela. Ainda não se tinha apercebido da devastação que tinha ocorrido durante a noite e deu por isso quando reparou no vidro da janela do seu escritório, estava feito em pedaços. Olhou à volta de toda a cidade e reparou que toda ela estava desfeita, não havia telhados nem carros com vidros inteiros. Não se tinha apercebido de nada durante a viagem, porque ela era curta e tinha ido a ler um dos seus livros de poesia. Sentou-se na cadeira a reflectir, não percebia nada... O domingo tinha sido um dia em cheio, tinha conseguido contactar futuros clientes e depois de um almoço calmo foi passear pela cidade, a pé, até começar a sentir aquele mal estar. Já de noite, no regresso a casa, não avistou os simpáticos pássaros que espiavam o enorme jardim de sua casa, situada no bairro mais rico de Rain Maker. Esta sequência de acontecimentos não fazia sentido. Não conseguia concentrar-se e deixou o trabalho para os seus assistentes. Iria voltar ao mesmo restaurante do dia anterior para almoçar... No restaurante não notou nada de anormal e almoçou normalmente, desta vez vendo esqueletos a servirem-no. No caminho de regresso a casa apercebeu-se de uma casa, uma mansão antiga, e gelou. A mansão tinha um jardim enorme na parte da frente, as árvores eram centenárias e estavam rodeadas de musgo, musgo este que era tão espesso como os seus troncos. Decidiu trepar a vedação enferrujada, conforme foi passando pelo jardim foi-se apercebendo que este tinha aspecto de não ser tratado à muito tempo. Ao chegar junto da fachada da mansão notou que esta estava intacta, não tinha janelas partidas e lembrou-se de olhar de novo para o jardim, sim as folhas das árvores estavam perfeitas e a vegetação não parecia ter sido abalada pela devastação. Havia algo estranho ali. Voltou a saltar o portão para se certificar se as casas na periferia estavam destruídas, mas não, aquela era mesmo a única que tinha sido salva...

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