Serei eu que estou dando em maluco? Serão meus sonhos apenas sonhos ou os momentos que passo em branco são mais do isso? Meus dedos passam pelo teclado escrevendo este texto e eu não consigo pensar porque me custa, porque me pesa a cabeça. Talvez seja de mim todo este sentido que temo não descortinar na minha vida real, talvez sejam as palavras que tanto saem de mim mas que teimam em ficar escondidas. Tenho medo que procurem em mim a explicação que eu não consigo dar sobre o mundo, tenho medo de ser a referência num mundo em que elas não existem, porque se isso acontecer por quem hei-de eu seguir as passadas? Quem me irá explicar o mundo de modo a que eu não necessite de pensar sobre ele?
É tão fácil acomodarmo-nos na penumbra, desejando a luz da glória mas nada fazendo para irmos ao encontro dela, por isso nos escondemos atrás de máscaras tão falsas como nós próprios. Desejamos o mundo como o queremos mas nada fazemos para o modificar, é simplesmente mais fácil culpar quem se nos atravessa no caminho.
Mas de vez em quando temos de pensar mais do que normalmente, ou seja nada, e é nessas pequenas alturas que nos desiludimos com o mundo e o tentamos mudar, mas logo nos acomodamos outra vez à espera que alguém nos diga como mudá-lo ou como podemos não pensar. É muito mais fácil sermos apenas carneiros para o matadouro do que sermos o talhante que os encaminha, não porque ele mate mas sim porque ele tem de pensar o caminho, é isso que nos custa, porque todo o ser tem uma sede de glória que não faz absolutamente nada para a obter. ...
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